Foucault e histórias de vida: aproximações e que tais

Autores/as

  • Beatriz T. Daudt Fischer Universidade do Vale do Rio dos Sinos, UNISINOS

Resumen

O que se poderia dizer diante de um projeto que, pretendendo seguir a perspectiva foucaultiana, elegesse história de vida como metodologia de pesquisa? A primeira reação certamente surgiria por parte daqueles que vêem total incompatibilidade entre a proposta metodológica de Foucault e metodologia denominada história de vida, uma vez que, em princípio, esta aposta no sujeito fornecer determinadas informações acerca de sua trajetória. Ora, sabendo que, sob o prisma de Foucault, o sujeito desaparece sendo substituído pelo discurso, como encarar uma empreitada destas? Esta questão deriva do momento atual do projeto que estamos elaborando o qual pretende investigar trajetórias de professoras primária da década de 50, articulando as formações discursivas e diferentes instâncias de poder que ajudaram a constituir referenciais para suas práticas. Conhecer histórias de outras épocas, viajar entre práticas e documentos, adentrar na vida das professoras de outros tempos, supõe, entre outras exigências sensibilidade e rigor teórico. Neste sentido, há que se fazer uma opção metodológica articulada a uma perspectiva que sustente e leitura da problemática. No projeto que nos propomos a realizar, a dimensão temporal determina que se busque no campo do saber histórico a linha mestra para operacionalização do processo investigativo. Assim, é dentre variantes historiográficas que precisamos selecionar aquela que mais se aproxima dos propósitos que temos em vista.

Publicado

2004-01-01

Cómo citar

Daudt Fischer, B. T. (2004). Foucault e histórias de vida: aproximações e que tais. Memoria, Conocimiento Y utopía, 1(1), 161–176. Recuperado a partir de https://rmhe.somehide.org/index.php/memoria/article/view/535